Mário Cabrita Gil

A IDADE DA PRATA

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1986

A IDADE DA PRATA

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"Diria que é a tentativa de conter a noite do mundo através da multiplicação de poses,

mas que é também o modo como a pose   assumida como pose desarma as convenções

de identidade dos retratos."

Eduardo Prado Coelho

"Os anos 70 e 80 constituem um período de uma grande efervescência. Eu sublinharia

alguns pontos: em primeiro lugar, a ligação muito estreita e produtiva entre artistas e

críticos (e aqui temos nomes conhecidos como Alexandre Melo, João Pinharanda ou

Cerveira Pinto); o aparecimento de uma dimensão cosmopolita, o que no caso de Luís

Serpa passa pela presença no Arco e pela relação com os espanhóis, em particular Jose

Maria Sicilia, Cristina Iglesias e o desaparecido Juan Muñoz; o sentido muito activo do

interdisciplinar (os projectos de Luís Serpa combinam a pintura, a escultura, a

arquitectura, o design, que ainda não tinha a projecção que tem hoje, o vídeo, a

fotografia; aliás, é também neste período que o vídeo, a fotografia e o design ganham a

dimensão que hoje têm; a conjuntura económica particularmente favorável (o que não se

iria manter na década seguinte); a relação com um determinado estilo de vida nocturna

(o Frágil de Manuel Reis, precursor do Lux, ou as Noites Longas). Desta "movida"

lisboeta tivemos repercussão na galeria de figuras que de certo modo representavam a

pós-modernidade e que Mário Cabrita Gil fotografou numa obra muito significativa

intitulada A Idade da Prata (no actual catálogo lá vemos a Anamar ou o Alexandre Melo,

mas eu próprio também apareço no livro).

Se virmos a lista dos artistas da galeria, todos os nomes que começaram a ser

conhecidos nessa altura lá estão: de Julião Sarmento a Pedro Calapez, de Jorge Molder a

Manuel Graça Dias. Luís Serpa ficou ligado à constelação de exposições que marcaram a

época, como a Alternativa Zero, concebida por Ernesto de Sousa, ou o conjunto de

iniciativas reunidas sob a designação de Depois o Modernismo. A época tinha lugares

fétiche. E todo um conjunto de pessoas circulava através desses núcleos de energia e

criatividade. No período seguinte assistiremos a um certo adormecimento que faz

ressaltar por contraste a importância de Luís Serpa Projectos. Só nos anos 90 a

conjuntura económica se torna mais propícia e a visibilidade internacional passa a ser

uma evidência consolidada."

Eduardo Prado Coelho

 

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